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terça-feira, 26 de outubro de 2021

ULRICO ZWÍNGLIO: UM REFORMADOR DESCONHECIDO

 


    Conhecemos João Calvino como um grande sistematizador da teologia reformada, porém a figura de Ulrico Zwínglio, ruge nos bastidores da tradição reformada. Um contemporâneo de Lutero, que com sua dedicação pavimentou a estrada acabada por Calvino que hoje nós somos beneficiários. No entanto, pouco se fala deste notável reformador, uma figura incontornável na gênese da reforma. Deus não só havia levantado Lutero na Alemanha, como também levantara Zwínglio em uma pequena cidade, de uma família humilde na Suíça. Zwínglio, Estudou na universidade da Basileia, era um profundo estudante do grego, mui incomum em sua época tanto que a maioria dos sacerdotes mal conheciam o grego.

1.  Conversão e labor pastoral   

    O início de seu ministério ficou marcado com a ordenação em 1506 na cidade de Glaurus. Sendo Lutero um monge académico da universidade, Zwínglio era um padre, porém com formação diferente. Lutero possuía uma formação escolástica típica medieval, porém Zwínglio com aquela formação humanista, um notável padre e capelão, um político de sua cidade Zurique e um teólogo público. Um católico piedoso, que começou muito em breve em suas pregações. Ulrico Zwínglio na Suíça agitava as águas da reforma em seu país. Como pastor, Zwínglio foi um pastor exemplar, que de forma piedosa dedicava-se ao cuidado das necessidade de seu rebanho. Foi também um profundo estudante dos autores antigos, gregos e romanos, em seus estudos pessoais devotava maior parte do tempo.

    A cidade de Zurique não pode ser deixado para traz na vida de Zwínglio. Foi lá que Deus o levara a conversão. “Deus usou vários meios para gerar sua conversão. À medida que via, cada vez mais, a necessidade de uma reforma na igreja, ele passou a odiar os abusos papistas que destruíam as almas dos homens. À medida que seus estudos se voltaram mais e mais à Escritura, ele - mesmo antes de Lutero - viu que, apenas a Escritura devia ser a autoridade para toda a fé e vida da igreja. Na verdade, quando iniciou seu ministério em Zurique, no primeiro dia de janeiro de 1519, no seu aniversário de trinta e cinco anos, ele começou uma exposição sistemática do Evangelho segundo Mateus. Durante os próximos quatro anos de seu ministério, continuou pregando sistematicamente através do Novo Testamento, indo de Mateus a Atos, depois para as epístolas paulinas e então as gerais, e depois para os outros livros, com exceção do Apocalipse. Durante a semana, pregava em Salmos. Tal estudo não poderia ter deixado de afetá-lo”. [1]

2.    O Legado do Reformador

    Se por um lado a justificação pela fé agitou as águas da reforma na Alemanha com Lutero, na Suíça foi a totalidade das Escrituras. A percepção clara da sã doutrina, levou Zwínglio, a um apego sincero as Escrituras. Zwínglio era precisamente convencido que as Escrituras é o aferido final para credenciar uma doutrina e a autoridade máxima na igreja.

    As reformas na igreja da Suíça foi como um voltar as Escrituras e colocá-la no lugar de autoridade, isto é, regra e prática de fé. As reformas na igreja de Suíça, ocorreram em meios as reuniões públicas, onde os reformados com os teólogos romanos enfrentavam-se em debates públicos que os reformadores pediam aos magistrados da cidade juntamente com os teólogos romanos. Os conselheiros na época determinavam que a base da discussão fosse tão somente as Escrituras. Foi então assim deste modo que Zwínglio, vencia a oposição baseando-se tão somente nas Escrituras. Era as Escrituras fonte de seu argumento e raiz sólida de sua posição doutrinária.

    Zwinglio “foi um fiel reformador com respeito a Escritura. Ele insistiu sobre a exclusiva autoridade da Escritura antes que Lutero levantasse sua voz em defesa da Escritura. Ele ensinou enfaticamente a salvação em Cristo e no Seu sacrifício perfeito. Ele destacou fortemente a verdade da soberania e da predestinação eterna e pregou isto do púlpito. Ele decentemente e vigorosamente se opôs a todas as práticas romanistas contrárias às Escrituras. Ele foi fundamental para estabelecer as bases para o início da teologia do pacto”. [2]

3.    Aplicações práticas

    O que podemos fazer em nossos dias é conservar essa herança teológica e de forma contínua apregoar as verdades bíblicas. Deixar claro no âmago da igreja que as Escrituras é de todas as formas a única regra e prática de fé para o povo de Deus.

 

Por: C. R. Bernardo

NOTA:

[1] - HANKO, Herman. Retrato de Santos Fies, p.148.

[2] - Ibidem, p. 156.