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quarta-feira, 22 de julho de 2020

A IMPOTÊNCIA HUMANA



“E os que ouviram isto disseram: Logo quem pode salvar-se?” (Lucas 18:26)


Lembro-me, quando incrédulo, quis encontrar em mim alguma obra que pudesse me tornar digno da graça de Deus. Porém, não tendo encontrado, conclui que ninguém no mundo seria salvo porque julgava que a salvação fosse pelas obras.
O nosso texto expressa a questão levantada pelos discípulos do Senhor Jesus, após ele ter apresentado o perigo da ganância. Essa pergunta foi levantada depois da ilustração que Jesus fez, após a reação do jovem príncipe, quando disse que, “…é mais fácil entrar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus.” “De acordo com o pensamento judeu, a prosperidade era um sinal do favor de Deus para aqueles que guardavam a Lei (Dt 28:1-8). Se um homem era rico, deveria ser bom. O pronunciamento de Cristo constituiu um choque para os seus discípulos, porque eles tinham certeza de que um homem rico devia ser justo” (Comentário Bíblico – Mood).
Chocados com a declaração de Jesus, questionaram-no: quem pode salvar-se? E a resposta de Jesus foi: “(…) aos homens é isto impossível, mas a Deus tudo, é possível” (Mt 19:26). Entendamos que nos versos anteriores, Jesus condena a ganância, e não a riqueza em si. Não ousemos dizer que nenhum rico será salvo, pois, há registos na Bíblia, de homens ricos que creram em Jesus (Jo 19:38-39; At 10); também não cuidemos que, a riqueza ou a pobreza, seja sinal de benção ou maldição.
Não são poucos, entre os evangélicos, que julgam terem potencial para salvar a si mesmo. Até entre alguns pregadores tem se notado, frequentemente, apelos persuasivos que denotam, estare no poder do homem, a capacidade de decidir, como eles dizem, aceitar Jesus – a salvação - ou não. O exemplo do camelo apresentado por Jesus, esmaga esse orgulho humano e, apresenta a onipotência de Deus como o pano de fundo da salvação do homem. Se por um lado há aqueles que julgam serem salvos pelas suas obras, por outro, há aqueles que julgam que está em seus arbítrios, o preferir ser salvo ou não. Mas a verdade é que ambos estão errados. À luz das Escrituras, o homem natural, não somente é cego quanto as coisas espirituais (1Co 2:14), como também encontra-se morto em seus pecados e delitos (Ef 2:1), e encontra-se com uma vontade escravizada pelo pecado (Jo 8:34). Porque se o homem é potente para salvar a si mesmo, por que razão oramos para Deus os salvar?
Em outras ocasiões Jesus declarou, quanto a impotência humana, o siguinte: "(…) sem mim nada podeis fazer” (Jo 15:5); “(…) Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6:44). A impotência humana está entrelaçada com a sua depravação total. O homem não pode escolher entre ser salvo e ser condenado, e se pudesse, certamente, ainda que não deseja, escolheria a condenação, tal como o profeta declarou: "porventura pode o etíope mudar a sua pele, ou o leopardo as suas manchas? Então podereis vós fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal” (Jr 13:23).
A salvação para o homem certamente é impossível, porque todos nós, temos o mesmo potencial de nos opormos a graça salvadora em nossas vidas, a não ser que haja intervenção Divina, tal como Jesus respondeu: “mas a Deus tudo, é possível" (v. 27).
Se hoje professamos a fé em Cristo Jesus, não é porque fomos habilidosos o suficiente para aceitar a salvação que nos foi oferecida pela pregação da fé em Jesus Cristo, porque isto, não depende de quem quer, nem de quem corre, mas de Deus, que se compadece, como está em Romanos 9:16. Mas se hoje cremos, é porque o Senhor compadeceu-se de nós. Devemos então, ser gratos em adoração e ação de graças a Deus, por essa GRAÇA concedida a miseráveis pecadores impotentes como nós. Portanto, clamemos todos a uma: “(…) Do SENHOR vem a salvação” (Jonas 2:9).
Deus nos abençoe!
(Manuel Lema)

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