Conhecemos João Calvino como um grande sistematizador da
teologia reformada, porém a figura de Ulrico Zwínglio, ruge nos bastidores da
tradição reformada. Um contemporâneo de Lutero, que com sua dedicação pavimentou
a estrada acabada por Calvino que hoje nós somos beneficiários. No entanto,
pouco se fala deste notável reformador, uma figura incontornável na gênese da
reforma. Deus não só havia levantado Lutero na Alemanha, como também levantara
Zwínglio em uma pequena cidade, de uma família humilde na Suíça. Zwínglio,
Estudou na universidade da Basileia, era um profundo estudante do grego, mui
incomum em sua época tanto que a maioria dos sacerdotes mal conheciam o grego.
1. Conversão e labor pastoral
O início de seu ministério ficou marcado com a ordenação em
1506 na cidade de Glaurus. Sendo Lutero um monge académico da universidade, Zwínglio
era um padre, porém com formação diferente. Lutero possuía uma formação escolástica
típica medieval, porém Zwínglio com aquela formação humanista, um notável padre
e capelão, um político de sua cidade Zurique e um teólogo público. Um católico
piedoso, que começou muito em breve em suas pregações. Ulrico Zwínglio na Suíça
agitava as águas da reforma em seu país. Como pastor, Zwínglio foi um pastor
exemplar, que de forma piedosa dedicava-se ao cuidado das necessidade de seu rebanho.
Foi também um profundo estudante dos autores antigos, gregos e romanos, em seus
estudos pessoais devotava maior parte do tempo.
A cidade de Zurique não pode ser deixado para traz na vida
de Zwínglio. Foi lá que Deus o levara a conversão. “Deus usou vários meios para
gerar sua conversão. À medida que via, cada vez mais, a necessidade de uma
reforma na igreja, ele passou a odiar os abusos papistas que destruíam as almas
dos homens. À medida que seus estudos se voltaram mais e mais à Escritura, ele
- mesmo antes de Lutero - viu que, apenas a Escritura devia ser a autoridade
para toda a fé e vida da igreja. Na verdade, quando iniciou seu ministério em
Zurique, no primeiro dia de janeiro de 1519, no seu aniversário de trinta e
cinco anos, ele começou uma exposição sistemática do Evangelho segundo Mateus.
Durante os próximos quatro anos de seu ministério, continuou pregando
sistematicamente através do Novo Testamento, indo de Mateus a Atos, depois para
as epístolas paulinas e então as gerais, e depois para os outros livros, com
exceção do Apocalipse. Durante a semana, pregava em Salmos. Tal estudo não
poderia ter deixado de afetá-lo”. [1]
2. O Legado do Reformador
Se por um lado a justificação pela fé agitou as águas da
reforma na Alemanha com Lutero, na Suíça foi a totalidade das Escrituras. A
percepção clara da sã doutrina, levou Zwínglio, a um apego sincero as Escrituras.
Zwínglio era precisamente convencido que as Escrituras é o aferido final para
credenciar uma doutrina e a autoridade máxima na igreja.
As reformas na igreja da Suíça foi como um voltar as Escrituras
e colocá-la no lugar de autoridade, isto é, regra e prática de fé. As reformas
na igreja de Suíça, ocorreram em meios as reuniões públicas, onde os reformados
com os teólogos romanos enfrentavam-se em debates públicos que os reformadores
pediam aos magistrados da cidade juntamente com os teólogos romanos. Os conselheiros
na época determinavam que a base da discussão fosse tão somente as Escrituras.
Foi então assim deste modo que Zwínglio, vencia a oposição baseando-se tão
somente nas Escrituras. Era as Escrituras fonte de seu argumento e raiz sólida
de sua posição doutrinária.
Zwinglio “foi um fiel reformador com respeito a Escritura. Ele insistiu sobre a exclusiva autoridade da Escritura antes que Lutero levantasse sua voz em defesa da Escritura. Ele ensinou enfaticamente a salvação em Cristo e no Seu sacrifício perfeito. Ele destacou fortemente a verdade da soberania e da predestinação eterna e pregou isto do púlpito. Ele decentemente e vigorosamente se opôs a todas as práticas romanistas contrárias às Escrituras. Ele foi fundamental para estabelecer as bases para o início da teologia do pacto”. [2]
3. Aplicações práticas
O que podemos fazer em nossos dias é conservar essa herança
teológica e de forma contínua apregoar as verdades bíblicas. Deixar claro no
âmago da igreja que as Escrituras é de todas as formas a única regra e prática
de fé para o povo de Deus.
Por: C. R. Bernardo
[1] - HANKO, Herman. Retrato de Santos Fies, p.148.
[2] - Ibidem, p. 156.
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