Este termo deriva do latim, que significa “graça somente”. É um dos chamados cinco pilares da reforma. Esse, junto com outros quatro solas, surgiram para refutar as heresias da “Igreja Apostólica Romana” que defendia a ideia de a salvação ser fruto da graça de Deus em conjunto com as obras de caridade do homem. A essa doutrina, é dado o nome de “sinergismo”. Os reformadores rebateram essa ideia, através das Escrituras Sagradas, provando que a salvação é pela graça, e isto, sem o acréscimo ou mérito humano, ou por algum ato de caridade prevista no homem por Deus, a essa posição teológica, é apelidado de “monergismo”.
Partindo dos princípios Escriturísticos sobre a doutrina da depravação total, o homem é totalmente corrupto, de modo que, nele não existe (por causa da queda) nenhum ato de bondade que possa torna-lo digno da salvação que vem do Senhor, como também, é impossível que Deus encontrasse nele alguma obra, que pudesse torna-lo merecedor da sua benevolência.
Dizer que a salvação é pela graça, não significa somente afirmar que é um favor imerecido, como também é dizer que o homem é livre do inferno sem nunca ter dado motivo para tal livramento. Quanto a esta graça, o apóstolo afirma: “…e isto não vem de vós, é dom de Deus.” (Ef 2:8). “A palavra isto não se refere nem à graça nem à fé, mas a todo o ato da salvação” (Coméntário Bíblico Moody, p.14).
O apóstolo continua: “Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2:9). O texto é claro em provar que essa salvação, não é, de modo nenhum, baseada em algum mérito humano. Toda afirmação contrária ao que está revelado na Bíblia é uma blasfémia contra a verdade e, pecado contra o Deus Soberano. Quanto a condição do homem, o salmista declara: “Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos…” (Sl 14:3). O apóstolo afirma em ar de desespero: Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum…” (Rm 7:18). Se não fosse a graça de Deus, nenhuma carne se salvaria, porque o homem é incapaz de reunir condições para merecer a salvação de Deus. O próprio Deus, segundo o seu beneplácito, aprouve a Ele, segundo a sua vontade, salvar, e chamar com uma santa vocação, não segundo alguma obra prevista, mas segundo o seu próprio propósito e graça que ele concedeu em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos, todos os seus eleitos que Ele amou e elegeu antes da fundação do mundo (2 Tm 1:9; Ef 1.4). “Deus jamais encontrará em nós, algo digno do seu amor, senão que Ele nos ama porque é bondoso e misericordioso” (João Calvino).
O Dr. Palmer Robertson comentou acerca de um boletim da Igreja Presbiteriana de Cambridge, no qual estava escrito: DEUS NUNCA VAI PARAR DE AMAR VOCÊ, PORQUE ELE NUNCA COMEÇOU AMAR VOCÊ”. “Pense nisso por um momento. Deus nunca começou amar você. Isso talvez o incomode ao ponto de você perguntar: Porquê Deus nunca começou me amar? A realidade é que o amor de Deus é desde toda eternidade - Jeremias 33:3 - “…Porquanto com amor eterno te amei, por isso com benignidade te atraí.”
Portanto, “graça é mais do que favor imerecido de Deus. É seu favor imerecido dado gratuitamente a pessoas que merecem a condenação eterna.” Se você for um eleito (salvo), não tens motivo para jactância, antes pelo contrário, é motivo para adorares e bendizeres ao SENHOR de toda terra, por escolher-te entre uma multidão de homens, dos quais você não se destacou para ele te escolher. Isto é graça, favor imerecido!
Por: Manuel Lema - membro da Igreja Presbiteriana de Angola; bacharelando em Comunicação Social na Universidade Agostinho Neto.
RECOMENTAÇÃO DE LEITURA:
1- SPROUL, R.C. Sola Gratia: acontrovérsia sobre o livre-arbítrio na História. SP: Cultura Cristã, 2001.
2- SPURGEON, Charles H. Salvação pela graça. Disponível em<https://oestandartedecristo.com/https:/oestandartedecristo/loja/sermao-no-2741-salvacao-pela-graca-por-c-h-spurgeon/>

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