“O saber ensoberbece”, é uma frase bem conhecida e geralmente muito mal empregada. Geralmente as pessoas pegam esse texto para sustentar a ideia de que o cristão não precisa ter muito conhecimento, quer dos assuntos teológicos como acadêmico científico.
Conquanto isso seja verdade, que o saber ensoberbece, Paulo em nenhum momento incentivou a negligência do saber. Pelo contrário, ele mesmo um grande erudito, suas cartas estão cheias de exortação a crescer na graça e conhecimento de Cristo e deixar de ser neófito na fé (p.ex.: Ef 1.15-22; 1Tm 4.13-16; 2 Tm 2.15; 3.14-17). Tais passagens, portanto, rebatem tal conceito.
No entanto, o princípio geral ainda permanece: “o saber ensoberbece”. Vale apenas notar que o saber em si não é um mal, mas quando mal empregada ela realmente ensoberbece. O saber ensoberbece quando não a direcionamos para a doxologia (referente a adoração, glorificação de Deus).
Aprender por aprender ensoberbece o coração humano. Diferente dos ímpios o cristão deve aprender para adorar. O cristão deve buscar conhecer a fim de reverenciar. A busca do conhecimento por parte do cristão, quer teológico ou científico, difere em grande escala da busca dos ímpios. O conhecimento para o cristão não é um fim em si, mas um meio para algo maior. Enquanto os ímpios buscam o conhecimento meramente para compreender, os cristãos a buscam para reverenciar. Os ímpios a buscam para o encantamento, os cristãos a buscam para adorar. Assim, a busca por parte do cristão por conhecimento deve ter um fim doxológico. O saber deve nos levar a doxologia.
Portanto, saiba encaminhar o seu saber. Busque saber para reverenciar. Busque conhecimento para adorar. Como apóstolo Paulo, prostre-se sempre ante a sobre-excelente sabedoria e conhecimento de Deus e adore: “Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído? Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Rm 11.36-36).
Deus o abençoe!
(Kennedy Bunga)

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