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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

SANTIFICAÇÃO – A VONTADE DE DEUS




1. Introdução

Será que você sabe o que é a santificação? Já ouviu falar dela? Você é uma pessoa santa ou ninguém pode ser Santo? O Breve Catecismo de Westminster na pergunta 35 nos ajuda a responder a questão: O que é santificação? Ele responde: "Santificação é a obra da livre graça de Deus, pela qual somos renovados em todo o nosso ser, segundo a imagem de Deus, habilitados a morrer cada vez mais para o peca¬do e a viver para a retidão".  


Outra definição muito clara e bíblica é oferecida por John Owen que diz: “Santificação é a obra imediata de Deus que por meio de seu Espírito age de forma integral sobre nossa natureza, procedendo a partir da paz exercida em nós por meio Cristo, através da qual somos transformados à Sua semelhança. Somos então mantidos nesta paz com Deus e preservados inculpáveis, graciosamente aceitos por Ele de acordo com os termos de Sua aliança até o fim".


Nesta definição, Owen mostra claramente que a santificação é uma obra do próprio Deus em nós e que esta obra busca transformar a nossa natureza a semelhança da natureza de Cristo, o nosso percursor, aquele que abriu o novo e vivo.  Esta definição de Owen está em perfeita harmonia com a do breve Catecismo, ambas mostram a santificação como uma acção que procede de Deus. 


2. A essência da Santificação


A santificação é um processo que começa no momento do novo nascimento após um arrependimento genuíno, e continua durante toda a vida do crente até o seu último suspiro. Essa obra actua directamente sobre dois pilares chamados de Mortificação e Vivificação. 


A mortificação é o processo que consiste em matar o pecado em nós; matar as nossas paixões e desejos enganosos. A vivificação é o processo que consiste em tornar-se vivo para justiça, viver para Cristo e andar nas boas obras que ele preparou para que de antemão andássemos nelas.


Em Romanos 8:10-17 o apóstolo Paulo deixa claro a ideia da santificação como uma espada de dois gumes envolvendo a mortificação e a vivificação - “Ora, se Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito vive por causa da justiça. E, se o Espírito daquele que dos mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo Jesus há de vivificar também os vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que em vós habita…”


Paulo mostra que todo o cristão é chamado a uma vida de mortificação e ao mesmo tempo a uma vida de vivificação. A nossa mortificação consiste numa renúncia diária e contínua do pecado. Mortificação envolve conflito consigo mesmo, com sua carne, com o mundo, e com Satanás. É uma luta ferrenha que nós podemos vencer, pelo poder do Espirito Santo em nós. Em sua famosa frase sobre a mortificação do pecado, John Owen disse: "Se você não estiver continuamente matando o pecado, ele estará continuamente matando você." 


A vivificação é a fusão do Espírito de Deus em nós, que nos capacita a cada vez mais renunciar as obras da carne e ter o nosso prazer e deleite em Cristo cada vez mais abundante. Mortificar as obras da carne pelo Espírito é uma prática diária de matar o pecado em nossas vidas, Ela é o resultado de nossa justificação em Cristo e a evidência da sua regeneração e de sua salvação. Todo aquele que vive mortificando a sua carne mostra que está unido a Cristo.. 


3. A obra de Santificação em nós


O Espírito Santo é o vivificador daqueles que estavam mortos em seus pecados e delitos, aquele que faz os ossos sequíssimos levantarem das mais profundas tumbas, que oferece aos homens a vida eterna e que Ele mesmo se atesta como o penhor da salvação dos seus. Todo ser humano ao crer em Cristo Jesus recebe dele, o Santo Espírito, que o convence do pecado, do juízo e da justiça.


a) Ao ser convencido do pecado, os homens passam a odiar o pecado, pois o Santo Espírito ilumina os corações e  faz-nos ver o quão mau é o pecado diante de Deus, e que todos aqueles que vivem para o pecado não podem ser amigos de Deus e jamais herdarão o seu reino. Então passamos a odiar tudo aquilo que Deus odeia e a ter prazer naquilo que Deus ama. Neste momento o pecado já não tem mais domínio sobre a pessoa que creu em Cristo; ela já não corre mais para ele, ela já não vive para si mesma pois Cristo vive nela (Rm 8:6-8; Gl 2:20).


b) Ao ser convencido da justiça, a pessoa passa a entender que Cristo é o único digno de sua adoração pois em sua morte, ele nos ofereceu vida em si mesmo. Agora a justiça de Cristo lhes foi imputada, em Cristo fomos feitos justiças de Deus, e agora andamos nas obras de justiça, que Deus preparou antes da fundação do mundo para que nelas andassemos. O pecado já não é algo para nós, pois a lei do espirito da vida, em Cristo Jesus, nos livrou da lei do pecado e da morte, de forma que já não há nenhuma condenação para aqueles que estão em Cristo (Rm 1: 25-26; 8:1-2, Ef 2:10).


c) Ao ser convencido do juízo, a pessoa vive na certeza de que sua esperança está unicamente em Cristo e que nele está eternamente seguro, pois o inimigo já foi vencido e exposto a vergonha para sempre. O príncipe deste mundo não tem mais domínio sobre aqueles que estão em Cristo, “o filho de Deus nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do filho do seu amor”, para sempre! Estas verdades assentam em nossos corações e nos oferecem uma paz que o mundo não pode receber! (Jo 16:13; Cl 1:13, 2:15). 


4. Conclusão

Toda esta obra do Espirito Santo em nós é a resposta para a pergunta feita inicialmente, um cristão é santificado por Cristo e essa santificação gera nele um amor por Cristo e uma repulsão pelo pecado. “Busquemos a santificação, sem a qual ninguem verá a Deus”.


Que Deus nos Santifique!

Josemar Frederico

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O Presente texto foi extraído maioritariamente do livro: Pureza Sexual – Josemar Frederico.

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