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quarta-feira, 22 de julho de 2020

O VERDADEIRO USO DA LIBERDADE CRISTÃ



"Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo Amor". (Gálatas 5:13, ARC) 
 


 

A carta de Paulo aos Gálatas é um verdadeiro tratado sobre a liberdade cristã, como consequência de termos sido justificados unicamente pela fé em Cristo Jesus. Somente nesse livro, a palavra liberdade e a sua raiz (livre) aparecem por dez vezes, e todas elas referindo-se direta ou indiretamente a liberdade que alcançamos em Cristo Jesus. Isso claramente mostra para nós o quão preocupando o apóstolo estava em afirmar essa verdade.  

Em nosso texto, Paulo declara que os cristãos foram chamados por meio da fé em Cristo Jesus à uma vida de liberdade, cujo a palavra no grego "eleútheria", refere-se à uma Liberdade espiritual inaugurada na cruz. E ele afirma que esta liberdade isenta o homem de qualquer legalismo ou auto-justificação (Rm 8.21; Gl 5.1). Em outras palavras, Paulo diz que por termos sido justificados pela fé devemos permanecer vivendo pela fé e não nos colocando novamente debaixo julgo da lei, mas vivendo na liberdade alcançada por Cristo.  

As perguntas que ficam são as seguintes: Como então devemos usar dessa liberdade que Cristo alcançou para nós no madeiro? Será que por sermos livres podemos agora viver a nosso bel prazer? Será que podemos viver sem regras, sem obrigações e nem quem diga, o que fazes? Será que por estar livre em Cristo significa que posso agora pecar livremente sem me preocupar com as consequências, porquê sou livre?  

A resposta a essas perguntas é um claro e bem audível não. Por quê não, se sou livre? Essa seria provavelmente a próxima questão, e a resposta dela é, porque a liberdade cristã não significa libertinagem. 
 

Sendo assim, Paulo nos mostra isso expondo como não devemos, e como devemos usar nossa liberdade e o fundamento para que façamos isso.  

I - Como não devemos usar a liberdade Cristã? Não devemos usar nossa liberdade Cristã como uma licença para pecar - "Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne" (v.13b).  

Muitos em nossas igrejas ainda confundem liberdade com libertinagem, e pensam que por terem sido libertos do julgo da lei em Cristo, podem usar esse fato como uma desculpa para viver uma vida pecaminosa. Tal atitude é reprovável, pois como bem afirma o apóstolo Pedro, a nossa liberdade não deve dar cobertura a malícia (1Pe 2.16). Paulo também nos ensina a mesma coisa no nosso texto, quando diz que não devemos dar ocasião a nossa carne.  

A palavra "ocasião" usada por Paulo vem da palavra grega "aphorme", que traz a ideia de "base de operação de guerra". É um termo militar que Paulo usa para descrever que a liberdade cristã não é para oferecer uma base de operação para a carne. No tocante a palavra "carne", o apóstolo quer falar sobre a natureza humana, terrena e inclinada ao pecado. É a natureza humana caída do homem sem ação transformadora do Espírito Santo operando nela. A essa carne os cristãos não devem dar o controle de suas vidas, mas sim ao Espírito de Deus pelo qual todos os verdadeiros filhos de Deus são guiados (Rm 8.14). 
 

II - Como devemos usar a liberdade Cristã? Devemos usar nossa liberdade Cristã como um meio de servir o nosso próximo - "mas servi-vos uns aos outros" (v. 13c). 

A expressão "servi-vos" usada por Paulo refere-se ao ato de alguém subservir-se a outrem. Ou seja, é o ato de sujeitar-se a vontade de outro; em nosso caso, aqui trata-se de uma sujeição voluntária em que nos colocamos livremente ao dispor do nosso irmão e não só.  

Paulo diz que essa deve ser a atitude de cada um de nós para com o outro. Amado (a), assim deve ser usada a nossa liberdade, como um meio de buscarmos fazer o bem ao nosso próximo para glória de Deus e nunca o contrário.  

III - Que fundamento temos para esse uso da liberdade Cristã? Devemos usar nossa liberdade não como uma licença para pecar, mas como um meio de servir o nosso próximo, por causa do amor - "Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo Amor" (v. 13).  

A palavra "amor", usada no nosso texto vem da palavra, "ágape" do grego, e refere-se a um amor mais elevado como o próprio Senhor Jesus ensina em Mt 5:43-48, onde somos chamados a amar os nosso inimigos a fim de sermos semelhantes a Deus. Esse é o ágape cristão, onde nosso maior objetivo é buscar o mais elevado bem das pessoas a nossa volta, mesmo dos nossos inimigos. 

“O grande presidente dos Estados Unidos, Abraão Lincoln soube muito bem praticar este ágape cristão. Ele foi acusado de tratar seus oponentes com demasiada cortesia e amabilidade, quando era seu dever destruí-los. Sua resposta foi interrogativa: ‘Não destruo meus inimigos quando faço deles meus amigos?”  

Esse amor é caracterizado tanto por Paulo como pelos outros apóstolos, e até por Cristo, como um sentimento de auto-sacrifício a favor de outrem, e como já vimos até dos nossos inimigos (Rm 12. 7), à exemplo de Cristo. Pois quando éramos inimigos ele se deu a morte por nós, afim de nos reconciliar com Deus (Rm 5.10). 

Portanto assim como Ele nos amou mesmo nós tão merecendo, devemos amar o nosso próximo também, porque ninguém será tão imerecedor do teu amor como tu és do amor de Deus.  


Somente em Cristo podemos ver o quão real é essa verdade meus irmãos. O amor que limita a liberdade cristã só tem verdadeiro sentido e peso quando é visto à luz da cruz, onde Cristo por amor de nós foi injuriado (Rm 15. 3). Somente um coração transbordando da graça pode com verdadeira sinceridade amar o seu próximo como a si mesmo, pois somos naturalmente egoístas, e só a verdade do evangelho de Cristo Jesus pode mudar corações como o nosso.  

(Edvaldo Neto) 

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