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quarta-feira, 22 de julho de 2020

DEUS GLORIFICADO, ALMA SATISFEITA: O ENCANTO DA PLENA SATISFAÇÃO EM DEUS




Em grande parte, a recusa de muitas pessoas em se tornarem cristãos é pelo fato de encararem o cristianismo como uma labuta enfadonha e negativa: “não posso fazer isso, nem aquilo”. No entanto, essa é uma concepção errado de uma vida voltada para Deus. Há uma harmonia na glorificação de Deus e nossa satisfação. A glória de Deus e o nosso bem não são opostos, nem divididos. Quando glorificamos a Deus nossa alegria é mantida. Aliás, a realização humana só é encontrada na glorificação de Deus. "É no aprendizado, e na prática de glorificar a Deus que, como criaturas de Deus, encontramos a nossa realização. Isto porque, o ser humano só se completa quando vive para glória de Deus, que é também, o seu fim último (2Co 5.8; Gl 2.20; Fp 1.21,23)" (Hermisten Maia, Introdução à Metodologia das Ciências Teológicas, p. 203.).
É um conceito errado, portanto, ver a glória de Deus em oposição (ou disputa) à alegria humana. Nós fomos criados para a glória de Deus; esse é o nosso fim supremo, e aqui se acha a nossa alegria. Em resposta à pergunta: “Qual é o fim supremo e principal do homem?”, o Catecismo Maior de Westminster responde: “O fim supremo e principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre”. O puritano Jonathan Edwards colocou da seguinte forma: “Glorificar a Deus ao desfrutá-lo para sempre”. É um esforço inútil buscar alegria fora da glorificação de Deus. Nossos primeiros pais já nos mostraram isso. Em Gênesis lemos que Deus os proibiu de adquirirem do fruto do conhecimento do bem e mal. A obediência disso seria a glorificação de Deus, e resultaria na alegria deles. A desobediência disso, seria buscar a alegria fora de Deus, e a nossa presente situação, e do mundo, revelam em que isso resultou.
De fato, muito bem tem dito o exultante John Piper: “Deus é mais glorificado em nós quando estamos mais satisfeitos n’Ele”. É uma missão suicida dicotomizar nossa alegria da glorificação de Deus. A felicidade do homem está condicionada a glorificação de Deus. O homem só descobre o sentido da vida quando consegue compreender que seu principal fim e de todas as coisas criadas é a glória de Deus (1 Co 10.31; Cl 3.23). Só quando o homem se volta para Deus é que ele encontra de fato o sentido da vida. Entendendo ser uma missão impossível a busca da alegria fora de Deus, João Calvino aconselha: “Não busquemos nossos próprios interesses, mas antes aquilo que compraz ao Senhor e contribui para promover sua glória” (A Verdadeira Vida Cristã, p.30. Cf. As Institutas III.7.2). Quando Deus é glorificado, nossa alma é satisfeita. Aqui se acha o encanto da plena satisfação em Deus. Nossa realização se acha na glorificação de Deus. Agostinho de Hipona, que viveu boa parte de sua vida distante de Deus, buscando prazeres nas criaturas, mais tarde confessou: “Fizeste-nos para Ti e inquieto está o nosso coração enquanto não repousa em Ti” (Santo Agostinho, As Confissões, I, 1,1).
Caro amigo, é inútil buscar prazer nas coisas criadas; sua plena satisfação se acha em Deus. Ao buscar Deus, procuramos a felicidade. Não é sem razão que quando Agostinho entendeu isso confessou: “Tarde Te amei! Tarde Te amei, ó Beleza tão antiga e tão nova! Tarde demais eu Te amei! Eis que habitavas dentro de mim e eu Te procurava do lado de fora! Eu, disforme, lançava-me sobre as belas formas das Tuas criaturas. Estavas comigo, mas eu não estava Contigo. Retinham-me longe de Ti as Tuas criaturas, que não existiriam se em Ti não existissem. Tu me chamaste, e Teu grito rompeu a minha surdez. Fulguraste e brilhaste e Tua Luz afugentou a minha cegueira. Aspergiste Tua fragrância e, respirando-a, suspirei por Ti. Eu Te saboreei, e agora tenho fome e sede de Ti. Tu me tocaste e agora estou ardendo no desejo de Tua Paz” (Santo Agostinho, As Confissões, X, 27,38).

(Kennedy Bunga)
SUGESTÕES DE LEITURA:
1- PIPER, John. Plena Satisfação em Deus: Deus glorificado e a alma satisfeita SP: Fiel, 2009.
2- PIPER, John; TAYLOR, Justin (Org.). Fascinado pela Glória de Deus: o legado de Jonathan Edwards. SP: Cultura Cristã, 2011.

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