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quinta-feira, 23 de julho de 2020

A ALEGRIA DA COMUNHÃO


“Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!” (Sl 133.1)

A queda transformou o homem em um tremendo egoísta. Tudo o que faz um pecador sem Cristo é para si e visa seu próprio contentamento. Ao contrário da noção politeísta, não pode haver mais do que um Deus, o que implicaria total desordem na Criação. As Escrituras afirmam a existência de um único ser divino, constituído de três pessoas. É certo, portanto, que esse único Deus é plural. Tal pluralidade foi transmitida à criatura humana, afirmada nas próprias palavras proferidas pelo Criador naquele momento: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gn 1.26). Isso mostra que a existência do ser humano é marcada também pela pluralidade que se encontra em Deus. Colocando isso de outra forma, o homem é eminentemente um ser social. Foi criado para relacionamentos. Tal já se expressa na própria família, compreendida como um homem e uma mulher em aliança perpétua, cuja união resulta filhos. No momento em que criou Eva, o Senhor disse ao primeiro casal que ambos seriam uma só carne. Essa ideia não expressa apenas uma figura, mas uma realidade. Não se trata de romantismo, mas de uma ligação espiritual e física, passando o casal a ser reconhecido como um único ser diante de Deus, uma só carne. É um ser vivo constituído de dois, mas que se expande agregando outros, que são os filhos. O ser humano foi criado para relacionamentos, não apenas a família de sangue, mas a família de Deus. Desde o início, o status de Adão era “filho de Deus”. Com a humanidade, o Criador pretendeu constituir uma família humana, criada à sua imagem, conforme sua semelhança, pois um dia também assumiria aquela forma. Um dia, Deus haveria de ser homem também. Por isso, criou um ser compatível consigo mesmo, o que se deu na encarnação, no nascimento de Cristo. Essa é a base do verso epigrafado. É realmente bom e agradável viverem unidos os irmãos. Contudo, geralmente pensamos esta afirmação do ponto de vista de nossas sensibilidades. Colocando isso de outra forma, entendemos a afirmação como se expressasse a nossa percepção, ou seja, a nossa satisfação de estarmos juntos como povo de Deus. Certamente, essa não é uma ideia errada. Todavia, os conceitos daquilo que é “bom” e “agradável” ligam-se primeiramente a Deus. A união dos irmãos não é algo meramente humano, que alegra o coração do homem. Antes de mais nada, é algo que é aprovado por Deus e alegra a Deus. Há a chancela divina para o ajuntamento dos filhos de Deus. Compreendemos, então, que não se trata de um encontro de confraternização, um clube de afinidades, como parece ser o caso de algumas igrejas em nossos dias. Há algo sagrado no ajuntamento dos crentes. É a comunhão dos irmãos. No Novo Testamento percebemos que o próprio Cristo está presente na assembleia dos santos, que o Espírito Santo habita o Templo constituído por todos os salvos. Devemos compreender, então, que aquilo que caracteriza esse ajuntamento é a santidade, a obediência. A queda trouxe uma ruptura na alma do homem. Criado à imagem e semelhança de Deus, é, por assim dizer, seu reflexo. Abandonando o Criador, o ser humano abandona o seu referencial. Aquilo que mostra a lisura e a santidade dos momentos de ajuntamento é a compatibilidade dos seus integrantes com aquele que os criou. Seguindo a voz do diabo, o homem despertou em si o desejo pelo que é diferente de Deus: o pecado. Não só isso, mas passou a gostar de comportamentos diferentes daqueles que são vistos no Senhor. No Éden, o ser humano tinha prazer apenas no que é agradável a Deus. Agora, no pecado. Houve um descolamento do bem, daquilo que é correto, do bom, daquilo que é aprazível. O grande desafio do crente é unificar novamente os dois conceitos, passando a se agradar apenas do bem, jamais do pecado. Deus realmente aprova e se alegra com o ajuntamento dos crentes, porém, desde que haja ali santidade. Caso contrário, ser-lhe-á algo mau e desagradável, ainda que os que se reúnam se chamem a si mesmos de crentes e estejam se refestelando naquilo que estão fazendo. A verdadeira alegria está em Deus e naquilo que ele aprova. Não busquemos satisfação no pecado. Ela não apenas é passageira, mas escravizante, resultando sempre decepção e vazio. Apenas as coisas aprovadas constroem e fortalecem o ser humano. Às vezes, a falta de alegria de um chamado crente é, na verdade, o resultado de pecados em sua vida, a tristeza oriunda do vazio de estar apegado a alguma coisa falsa e ilusória. Vivamos a exuberância da alegria em Cristo, na prática de todo bem. Seja isso que caracterize o ajuntamento dos crentes, não apenas nos momentos de cultos e outros trabalhos regulares da igreja, mas também nos encontros nos lares e nos lazeres. Tenha um excelente dia na presença do Senhor.
(By: Rev. Jair de Almeida Junior)

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